Por: Taiz Reginini
Era final de tarde quando recebi a notícia de que o Tiba havia morrido. Como assim? Pensei. Tentei não acreditar que fosse verdade e ainda continuo com a idéia de que o Jacaré é eterno, nos corações dos alunos sempre vai ser.
Ele tinha um jeito inconfundível, chapéu, cachimbo e sandálias eram suas marcas registradas. Para os alunos da Faculdade de Artes e Comunicação da UPF, será muitas vezes lembrado pelos dias em que ele se encontrava sentado no banco da frente da FAC, com o cachimbo e contando suas infinitas histórias, de João Gramático. No inicio do semestre, ele entrava em aula e dizia: “Jacarés, vamos ter mais desencontros do que encontros”. Ou se não, “Vamos embora, que a coisa é feia e vem se debruçando”.
Muito mais que um professor, um amigo, para muitos era o Pai do Jornalismo. Grande mestre, pessoa espetacular, inteligentíssimo, entendia de qualquer assunto, ou melhor dizendo; de qualquer pauta.
Como o Jacaré mesmo dizia: “Jornalista é um articulador. E conhecimento é articulação. Quer dizer, não adianta saber uma coisa e não articular as duas. Na verdade a essência do jornalista é ser um articulista”.
Amante assíduo da bohemia, mulheres e letras, não trocava nenhum desses três itens, a não ser por uma ida ao Capingui. Todos sabem que para o Jacaré, o melhor lugar do mundo era o Capingui, também onde queria passar o resto da sua vida, onde acabou vindo a óbito.
“E foi uma descoberta de um paraíso dentro do inferno. Porque o Brasil é um inferno e o Capingüi um paraíso.” João Carlos Tiburski.
A saudade que todos sentirão de ti, Jacaré, é inenarrável, mas levaram adiante os ensinamentos que passaste. As histórias, os conselhos, as risadas, tudo isso está guardado em nossa memória, e memória de jornalista não se apaga, você mais que ninguém sabe disso.
Aonde quer que esteja, sei que vai estar contando suas estórias e histórias, repassando conhecimentos a todos a seu redor. Até logo, Jacaré.
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário